“Mãe Coruja”, da autoria da artista visual Catarina Glam, é o título da instalação artística que, inserida na Programação em Rede da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT) e enquadrada na programação da Bienal de Coruche, se apresenta na frente ribeirinha de Coruche, de 18 de setembro a 5 de outubro. Desenvolvida no âmbito do projeto Mosaico da CIMLT, a instalação assume a especificidade do território de Coruche e reforça a identidade da Lezíria. Com 2,5 metros de altura, “Mãe Coruja” é uma peça única e original de grandes dimensões, produzida, segundo a autora, a partir do seu «universo e estética criativa» com recurso a matérias-primas endógenas da região, em particular cortiça e madeira. «Figurativamente, a peça representa uma mãe coruja a acarinhar e a alimentar o seu filhote com um peixe, enquadrando-se no ambiente envolvente, à beira-rio», observa Catarina Glam.
No seguimento da aposta da CIMLT na capacidade criativa e artística do território, cujas ações acontecem sobretudo em espaços públicos, a instalação artística “Mãe Coruja” potencia linhas de força específicas e relevantes da região. Procurando maximizar as potencialidades de monumentos e centros urbanos, e fortalecendo a atratividade turística através da valorização de vivências culturais identitárias, “Mãe Coruja” vai ao encontro da visão preconizada pela CIMLT, contribuindo para a dinamização e a promoção do património cultural enquanto instrumento de diferenciação e competitividade dos territórios, particularmente através da cultura e das artes.
Neste sentido, “Mãe Coruja” apresenta uma abordagem divertida e bem disposta cujo objetivo passa por, segundo Catarina Glam, «gerar empatia e interesse da parte de um público abrangente, de todas as idades, nomeadamente famílias». Os materiais da peça, que «pretende despertar alegria e sentimentos positivos no espetador», enfatizam os objetivos estéticos e de transmissão da mensagem através da Arte, assim como a sua durabilidade no exterior. A escolha de materiais naturais como madeira e cortiça incentiva à sustentabilidade – valor subjacente à Bienal de Coruche 2021 – e simboliza a valorização da produção regional.
A CMLT apresenta uma programação repleta de momentos artísticos, muitos deles incluídos na Bienal de Coruche, como o workshop “Estátuas Vivas” no âmbito da residência artística Valoriz’arte, o projeto “A Lezíria a Gostar dela Própria”, a residência artística “Cinema Documental”, o atelier “Dançar com… Vindimas” e o workshop de técnica stencil “Arte Urbana”, não esquecendo, claro, o projeto “Mosaico”.
Catarina Glam, breve biografia
Catarina Glam (n. 1985) é uma artista visual portuguesa focada no desenvolvimento de esculturas e instalações públicas. Licenciada em Design de Comunicação pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa, dedicou-se desde cedo à arte urbana e ao design de personagens. Após um percurso inicial pelos universos do graffiti e do papercraft, encontrou na pintura de murais e na escultura em madeira a possibilidade de aumentar a escala das suas criações. A estética das peças que cria reflete o seu interesse por geometria e carpintaria, encontrando nos sólidos geométricos o ponto de partida para materializar personagens. Sendo a busca de técnicas e soluções uma constante do trabalho que desenvolve, a reciclagem de materiais assume muitas vezes um papel importante na conceção das obras. Porque acredita que cada peça tem a sua própria mensagem, o objetivo presente da artista consiste em difundir a sua obra por diversas cidades em contextos nacionais e internacionais.
Acompanhe aqui o processo de construção da “Mãe Coruja”.